Poderia começar este bloco com aquele poema do Bertold Brecht, O Analfabeto Político, mas olhem só, que coisa é de se falar ou de se escrever, que um poema como este está batido.
E como fica, quando um candidato do PMN, nessas últimas eleições, dizê-lo em seu horário de propaganda? E se estou bem lembrada, nem o autor ele citou.
Será que o Bertold deu umas reviravoltas?
Sei que existem grandes diferenças entre nós, eu e o candidato, mas, será que não daria comigo, também, por eu ter tido a intenção de usá-lo?
Que dê, pois farei uso de um trecho de uma outra poesia dele.
Aos que virão depois de nós (trecho)
Eu queria ser um sábio.
Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria:
Manter-se afastado dos problemas do mundo
e sem medo passar o tempo que se tem para
viver na terra;
Seguir seu caminho sem violência,
pagar o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, mas esquecê-los.
Sabedoria é isso!
Mas eu não consigo agir assim.
É verdade, eu vivo em tempos sombrios!
Bertold Brecht
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P O L Í T I C A
Idealistas:
Elementos radioativos
Sete cores
dançam em círculos
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DALTÔNICOS
Há quem diga que os nobres têm sangue azul
Sou mais adepta dos ecologistas de sangue verde.
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Eu sou livre? – Não, não sou.
Você é livre? – Não meu amigo, você não é.
E quem te fez assim? Preso, conformado?
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DEMOCRACIA
É obrigatório o voto
É a forma de governo
A monarquia perde
E o palácio ocupa-se de outros
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As estrelas caem em flocos de neve
Caem a derreter-se
em corpos quentes da noite
Vindos do sol,
compõem lamentos azuis.
Longe, afastados
Negros na plantação
Catam bolinhas brancas
de uma fome à outra.
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Alegre com os passantes, assim vai...
Pedinte dos restos, sobras de dias
À beira das pedras. À altura das nuvens
Lá está ela, à espera dum convite para o café.
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As caras dos codinomes políticos,
Pensem, pensem...
Não são quaisquer umas. Não caríssimos!
Elas estão esculpidas em jacarandás: madeira de lei.
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Até às Doideiras.
4 comentários:
Vais, a madeira que encapa os políticos não é madeira-se-dar-em-doido, é madeira que dá em qualquer um, louco ou são, político ou não. A madeira do político é metafórica como o poema do Gil: tudo-nada cabe, foi envernizada, lustrada e brilha, cegando os homens de bem, matando os sábios. A madeira do político é erva-daninha, só não mata a poesia!
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Abraço forte!
É Vais, vivemos tempos sombrios, onde a poesia se faz cada vez mais necessária. Valeu!
Vais, menina, só dois dia com o computador quebrado e você produziu pra caramba!
Excelente.
Beijos.
Olá Professor,
eu tardo mas não falho, risos
sabe aqueeele saláááário mais todas as 'ajudas' alimentação, transporte, saúde, educação, lazer e cultura, por que não, né?
nada mais que a melhor madeira, tudo bem ela é resistente, mas os cupins estão aí.
um abração Marcelo
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Simpático Jens,
é um prazer suas visitas,
olha, quanto tempo ele escreveu destes tempos sombrios
eu acredito em outros
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Sandrinha,
um beijo grande
estou aproveitando de algumas coisas digitadas.
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