terça-feira, 25 de setembro de 2007

O treco é o seguinte

Dificuldades temporais
Operacionais
Bufunfais
E por aqui vais...
Estarei ausente.

Possibilidades (escrito em outras circunstâncias que vi por bem adaptar).
Só o vento me trará notícias
Os cabos podem me levar
Lembro-me da abertura
Que seja breve o novamente
E que seja da Vontade
Pois
Estarei à procura...
(D-96)

Tenho lido os amigos e as amigas virtuais do mundo real e por causa das tais `dificulidades`, limitada para comentar, mas como fala a Marlene, tô ligada no bagulho. E só pra curtir, uma historinha,

DONA COISA E SEUS DOIS PARTIDOS
Vivia D. Coisa a procurar um marido. Quando numa estação,
poderia ter sido inverno ou verão, enamora-se pelo Seu Trem.
Viviam a viajar por tudo quanto era lugar. Numa dessas, oh, tragédia!
Aconteceu do Seu Trem descarrilar e capotar seus filhos vagões.
Morre Seu Trem. Vira fantasma. Dona Coisa fica inconsolada.
Passadas as cerimônias fúnebres, bate-lhe à porta o Dr. Negócio,
responsável pelos interesses do finado fantasma.
Fagulhas elétricas passam da Coisa para o Negócio...
Encontros, testamentos, heranças, abundanças.
Interessa-se o Doutor...
Foi no que deu
E toda vez que o Dr. Negócio negociava com D. Coisa ouvia-se:
Café-com-pão
Café-com-pão
Café-com-pão
E o leite na chaleira:
Piuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
(D-97)

e um som de uma voz que gosto muito, Adriana Calcanhoto.
Duas estrofes de Senhas.

EU NÃO GOSTO DO BOM GOSTO
EU NÃO GOSTO DO BOM SENSO
EU NÃO GOSTO DOS BONS MODOS
NÃO GOSTO

EU GOSTO DOS QUE TÊM FOME
DOS QUE MORREM DE VONTADE
DOS QUE SECAM DE DESEJO
DOS QUE ARDEM...

Hasta la vista.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Ai estas máquinas!

Buenas!!!!!!!!

E novamente deu pau nas arruelas da bendita e rodada máquina!

Bom, mas pra não deixar de desejar uma bela sexta, um final de semana cheio de delícias, estou aqui.

Eu vou.

Eu volto.

Espero que a bendita tenha solução.

Hasta, inté y besitos

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Gritos e Plebiscitos

Estava vestida com as roupas e as armas de Jorge, as primeiras, uma camiseta da Rede de Mulheres Comunicadoras Comunitárias, usada em ocasiões especiais, trazida lá do Recife, salve Sandra Camurça e Inês Amarante!, com os dizeres ‘Pelo direito à voz!’ e o desenho de um microfone roxo ou lilás, e as segundas, minha eterna esperança entusiasmada, para o 13 Grito dos Excluídos, Praça 7, centro de Belo Horizonte, palco ao ar livre de tudo quanto é manifestação.
Fui, fomos, eu, Val e as meninas, fazer coro com as vozes, rever amigos conhecidos, companheiras das militâncias andanças da realização de trabalhos na Santê e de todos que vieram graças a este meio.
Foi muito bom, mas bom mesmo de ver o Fred junto do filhinho Pedro, a Lucimara de barrigão do Samuel, a Xandinha, irmã da Diva, que passa um tempo em São Paulo fazendo curso de formação, Maria Júlia, coordenadora do Núcleo BH, todos militantes do Movimento Consulta Popular. Tive o prazer de votar na urna da Carlúcia da CNBB, de abraçar a irmã, como prefere ser chamada, de um segmento mais politizado da igreja católica apostólica romana. E fica registrado os outros encontros e as apresentações, sem desmerecimento algum, pelo contrário.
Foi eletrizante ver toda aquela gente, quer sejam representantes ou não de entidades, partidos, repartições, igrejas, movimentos, estudantes ou mesmo os transeuntes que por ali passavam e resolveram ficar e escutar e olhar todo aquele movimento, e depois se sentirem impelidos, estimulados a legitimarem o Plebiscito. E aí vejo que Vale. Todas as pessoas, crianças que ali estavam, bem poderiam estar num outro lugar e fazendo qualquer outra coisa, mas não, foram pra rua, pra Praça, manifestar, reivindicar, respaldar o resultado do trabalho organizado e voluntário, da maioria, para que o Grito e o Plebiscito acontecessem neste 2007.
Por causa de um desencontro encontramos o Hudson, citado na série Diário de Bordo do Pirata, batalhador, cantante de RAP, companheiro da Janaína, pai do Hudinho e que faz aqui nos morros de BH uma onda manera junto da garotada.
E por ali, de quebrada, o cumpade camarada Indivíduo Oculto, autor do texto A Cultura da Fumaça publicado nas páginas verdinhas do suplemento Especial Maconha, ed. 3 da Zine Pirata.

Meu cumpade tu é sobrevivente daquele pântano, você saiu fora, conseguiu se livrar do esquemão, que quase te tirou a vida. Vai um toque, sobreviver tá brabo pra todo lado, a vida tá braba, inda mais quando se tem a cumade e o pimpolho, e aí, né? A grana não entra, dá pra pirar e se não segura a onda, toma capote. Vem me dizer de onde foi a força que te deu força pra tu vazá, o ritmo e a poesia, a rádio, a mulecada da pelada, ..., as identidades sociais em movimento* .
Nós tivemos numas paradas aí juntos, a do Fórum da Juventude Negra e Favelada, cê tá ligado, o circuito de debates com a meninada dos morros, no final cê viu o rebuliço.
Movimento Social, militância é muito mais que pagar as contas, está vendo os caras e seus desafetos tão aí fazendo meio de vida e disso a entidade vai pro saco, o movimento fica desacreditado por causa de oportunistas e usurpadores.
A Santê, a Consulta, a Pirata, a Abraço que ajudei na construção e a construir, e você chegou junto na parada da Abraço, ou mesmo este trabalho com o Fórum nunca me pediram uma conta de água e nem eu ofereci, e mais os outros que a gente anda, anda em fila com o MST, a Abraço, a CUT e sindicatos, negros, crianças e mulheres e por ai vamos...
Vem me dizer o que é subir num carro de som, seja convidado, ganhando um trocado ou não, ou voluntário e empunhar o microfone para a orquestra das vozes, tu sabes o que é isso, o Pirata também, eu não.
Meu mano, não vá se render, se perder por ai...., de boa".

Me pus a pensar... Valeu e muito a ida à Praça.

A partir desta, copiando do camarada Professor Halem, vai rolá um som nessa caxanga virtual, a bodega vai arrepiar.
Chico Science & Nação Zumbi – da lama ao caos. Vou mandar duas, Monólogo ao Pé do Ouvido e Antene-se, pra quem é de curtir, sacudam.



Inté mais.


=> * Jonicael Cedraz – A Sociedade nas Ondas do Rádio

Besitos.


domingo, 9 de setembro de 2007

Enrolada

Às vezes é difícil
Escrever, desenhar
O lápis simplesmente rabisca:
A página, os cantos
Algumas palavras
Umas casinhas
e assim vai indo...
E os neurônios:
Estivadores ou metalúrgicos
Nas caldeiras não param
- Joguem mais fogo!
- Derretam o ferro!
- Pensem, pensem, pensem...
- T R A B A L H E M !!!
Só que às vezes é tão difícil escrever, desenhar...
(C-13/04/2000)


Vou e volto.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

*

--A---Luci---n'ação----da----Realidade----
Saímos pela noite
Cada qual com sua sombra
Cada um carregando um fantasma
Nos bares, alguns bebiam, outras fumavam
Bebemos, fumamos
E nossas fumaças tomaram forma
Aspiramo-las todas com suas vozes
e elas foram subindo e gritando
até não podermos escutar mais nada.
A rua chamava-nos
Não andávamos.
Como sonâmbulos fomos levados ao portão
A noite era densa
O ar frio
Num repente, assaltamos os portais
- A Terra Sagrada dos Mortos -
AQUI SOMOS TODOS IGUAIS
- Mentira!
A superfície mente
Ostentação das catacumbas
Riqueza dos mausoléus
Simples são as placas. Humildes são as cruzes.
A verdade está nas larvas, debaixo dos sete palmos
Somos todos iguais
Não importa nada a elas, tudo podre e comido.
E os vivos caminham
em meio às sombras, anjos e santos
As palavras numa frenética dança, vão e vêm.
Numa corredeira louca,
a menina pula amarelinha nas catacumbas
Sai do inferno em busca do céu.
Novamente vozes:
- Por que abraça a árvore?
- É a árvore da morte. É a árvore dos mortos.
(C- 25/09/2000)
Inté

Buenas. Por causa do Jens, que me botou pra pensar, mudei o final do poema na postagem anterior. Abraços


segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Um dia

Mulher Pátria Brasil
Trabalhadora rica
da água, do clima, das terras, do que há em cima e das entranhas.
Moça ingênua.
Veio um Ser um dia e propôs-lhe:
- Vamos fazer uma filha?
E Pátria Brasil deitou com o Ser e conceberam Brasília.
Brasília nasce de mãos,
de calos, de sangue,
de morte, de vida.
Das britas, dos ferros, dos cimentos.
Filha legítima e registrada da mãe.
Não é menina nem moça - É mulher feita, moderna:
Patrimônio do Mundo!
- Cresça Brasília! Seus irmãos e irmãs bastardos a aguardam.
E Brasília cresce...
- Descamba Brasília! Os que puseram as mãos para fazê-la não são os mesmos que a habitam.
Aqueles que a levantaram estão pobres,
miseráveis e famintos.
Estão longe, olham de longe, sentem de perto, na pele
enquanto você é levada por carros, aviões, motoristas,
enternados,
países, continentes.
Brasília corrompida! Prostituída! Fodida!
Todo dia a comem por cada pedaço de sua mãe.
E seus irmãos bastardos?
Dia a dia clamam:
- “Mãe, por que nos abandonaste?”
Largamos tudo:
Família, filhos, viemos construir e nos reconstruir
Viramos todos parteiras para ajudá-la a parir
e nada faz você para ajudar-nos.
Encontre sua filha
Corrija sua filha
Eduque sua filha
Veja, estamos aqui
Dê-nos de comer
Dê-nos de ler
Dê-nos de viver.
E o Ser morreu.
(C-out/2000)


=> Foi enterrado hoje aqui em Belo Horizonte, o corpo de Lúcio Guterres, eletricitário sindicalista e presidente da CUT/MG. Ele lutava a 1 ano e meio contra a leucemia, sendo que no último 27/08 iniciou uma campanha de doação de órgãos e tecidos, ‘não para o Lúcio’, como falou.
Triste. Muito triste.


=> Não esqueçam, estamos em votação, é o Plebiscito da Vale!

Hasta la vitória!