terça-feira, 4 de setembro de 2007

*

--A---Luci---n'ação----da----Realidade----
Saímos pela noite
Cada qual com sua sombra
Cada um carregando um fantasma
Nos bares, alguns bebiam, outras fumavam
Bebemos, fumamos
E nossas fumaças tomaram forma
Aspiramo-las todas com suas vozes
e elas foram subindo e gritando
até não podermos escutar mais nada.
A rua chamava-nos
Não andávamos.
Como sonâmbulos fomos levados ao portão
A noite era densa
O ar frio
Num repente, assaltamos os portais
- A Terra Sagrada dos Mortos -
AQUI SOMOS TODOS IGUAIS
- Mentira!
A superfície mente
Ostentação das catacumbas
Riqueza dos mausoléus
Simples são as placas. Humildes são as cruzes.
A verdade está nas larvas, debaixo dos sete palmos
Somos todos iguais
Não importa nada a elas, tudo podre e comido.
E os vivos caminham
em meio às sombras, anjos e santos
As palavras numa frenética dança, vão e vêm.
Numa corredeira louca,
a menina pula amarelinha nas catacumbas
Sai do inferno em busca do céu.
Novamente vozes:
- Por que abraça a árvore?
- É a árvore da morte. É a árvore dos mortos.
(C- 25/09/2000)
Inté

Buenas. Por causa do Jens, que me botou pra pensar, mudei o final do poema na postagem anterior. Abraços


8 comentários:

Anônimo disse...

Anjo, este vai lá pro Fausto, amanhã, está?
Clap, clap, clap!
Besitos meus

o refúgio disse...

Putz! Lindo, Menina!

Beijo grande!

o refúgio disse...

Queridíssima,
tem surpresa pra você no refúgio.
tchan tchan tchan tchaaan!
Beijos.

Jens disse...

Oi Vais.
Lindo. Lindo e comovente.
Menina, você está se tornando uma presença indispensável.
Que bom que te conheci e fiquei teu amigo.
***
Um beijo.

Jens disse...

Oi de novo, Vais.
Relendo e recomentando: a verdade está nas larvas, que a todos devoram, indiferentes. A árvore da morte, adubada pelos restos do que um dia fomos, não guardará também a semente da vida?
(Só pra incomodar). Um beijo

Vais disse...

Jens, Simpático, rapaz, mas onde já se viu que elogios incomodam?
É bom de ter amigos 'incomodando' com os pitacos, beijo carinhoso
*********
Sandrinha,
beijos e brigadão moça
********
Pirata, fui bater asas, rs...
Bjim

o refúgio disse...

Vais, querida,

também desconfiei que você não iria gostar. Na realidade, apesar da vaidade, também não gosto de premiações. E ter que excluir pessoas é terrível, por isso chamei de "castigo".

Sabe, no mesmo dia que postei sobre a premiação apareceu uma leitora muito querida mas que pouco aparece no refúgio, a maravilhosa poeta Márcia Maia. Fiquei tão mal com isso. Também me lembrei que eu tinha recusado a indicação da Fernanda. Por que não recusei a de Moacy? Talvez porque o conheça a mais tempo (e gosto demais dele), talvez porque ele é um grande intelectual-erudito e fiquei envaidecida, talvez porque achei simpático o título de "melhores momentos virtuais", talvez por tudo isso junto, sei lá. O crime já foi cometido, né? Agora é tarde, tenho receio de ter magoado Márcia.

Ó, tenho a maior admiração por vocês dois (você e Pirata) porque isso, a recusa da indicação, é resistência aos valores burgueses e capitalistas.

Escrevi a Moacy, ontem à noite, falando sobre o meu mal estar. Não sei o que ele tá pensando agora. Moacy, se você não sabe, é marxista e é também uma pessoa muito sensível. Espero que ele não tenha ficado magoado, sei lá...

Beijo grande, linda,
gosto muito de ti, viu?

Inté.

o refúgio disse...

Vais, meu anjo,
liguei o rádio agora pela manhã e começou a tocar Beto Guedes... "Tudo que move é sagrado...".
Lembrei de você e Pirata, mineiros, sensíveis mineiros...
Beijos.