terça-feira, 11 de setembro de 2007

Gritos e Plebiscitos

Estava vestida com as roupas e as armas de Jorge, as primeiras, uma camiseta da Rede de Mulheres Comunicadoras Comunitárias, usada em ocasiões especiais, trazida lá do Recife, salve Sandra Camurça e Inês Amarante!, com os dizeres ‘Pelo direito à voz!’ e o desenho de um microfone roxo ou lilás, e as segundas, minha eterna esperança entusiasmada, para o 13 Grito dos Excluídos, Praça 7, centro de Belo Horizonte, palco ao ar livre de tudo quanto é manifestação.
Fui, fomos, eu, Val e as meninas, fazer coro com as vozes, rever amigos conhecidos, companheiras das militâncias andanças da realização de trabalhos na Santê e de todos que vieram graças a este meio.
Foi muito bom, mas bom mesmo de ver o Fred junto do filhinho Pedro, a Lucimara de barrigão do Samuel, a Xandinha, irmã da Diva, que passa um tempo em São Paulo fazendo curso de formação, Maria Júlia, coordenadora do Núcleo BH, todos militantes do Movimento Consulta Popular. Tive o prazer de votar na urna da Carlúcia da CNBB, de abraçar a irmã, como prefere ser chamada, de um segmento mais politizado da igreja católica apostólica romana. E fica registrado os outros encontros e as apresentações, sem desmerecimento algum, pelo contrário.
Foi eletrizante ver toda aquela gente, quer sejam representantes ou não de entidades, partidos, repartições, igrejas, movimentos, estudantes ou mesmo os transeuntes que por ali passavam e resolveram ficar e escutar e olhar todo aquele movimento, e depois se sentirem impelidos, estimulados a legitimarem o Plebiscito. E aí vejo que Vale. Todas as pessoas, crianças que ali estavam, bem poderiam estar num outro lugar e fazendo qualquer outra coisa, mas não, foram pra rua, pra Praça, manifestar, reivindicar, respaldar o resultado do trabalho organizado e voluntário, da maioria, para que o Grito e o Plebiscito acontecessem neste 2007.
Por causa de um desencontro encontramos o Hudson, citado na série Diário de Bordo do Pirata, batalhador, cantante de RAP, companheiro da Janaína, pai do Hudinho e que faz aqui nos morros de BH uma onda manera junto da garotada.
E por ali, de quebrada, o cumpade camarada Indivíduo Oculto, autor do texto A Cultura da Fumaça publicado nas páginas verdinhas do suplemento Especial Maconha, ed. 3 da Zine Pirata.

Meu cumpade tu é sobrevivente daquele pântano, você saiu fora, conseguiu se livrar do esquemão, que quase te tirou a vida. Vai um toque, sobreviver tá brabo pra todo lado, a vida tá braba, inda mais quando se tem a cumade e o pimpolho, e aí, né? A grana não entra, dá pra pirar e se não segura a onda, toma capote. Vem me dizer de onde foi a força que te deu força pra tu vazá, o ritmo e a poesia, a rádio, a mulecada da pelada, ..., as identidades sociais em movimento* .
Nós tivemos numas paradas aí juntos, a do Fórum da Juventude Negra e Favelada, cê tá ligado, o circuito de debates com a meninada dos morros, no final cê viu o rebuliço.
Movimento Social, militância é muito mais que pagar as contas, está vendo os caras e seus desafetos tão aí fazendo meio de vida e disso a entidade vai pro saco, o movimento fica desacreditado por causa de oportunistas e usurpadores.
A Santê, a Consulta, a Pirata, a Abraço que ajudei na construção e a construir, e você chegou junto na parada da Abraço, ou mesmo este trabalho com o Fórum nunca me pediram uma conta de água e nem eu ofereci, e mais os outros que a gente anda, anda em fila com o MST, a Abraço, a CUT e sindicatos, negros, crianças e mulheres e por ai vamos...
Vem me dizer o que é subir num carro de som, seja convidado, ganhando um trocado ou não, ou voluntário e empunhar o microfone para a orquestra das vozes, tu sabes o que é isso, o Pirata também, eu não.
Meu mano, não vá se render, se perder por ai...., de boa".

Me pus a pensar... Valeu e muito a ida à Praça.

A partir desta, copiando do camarada Professor Halem, vai rolá um som nessa caxanga virtual, a bodega vai arrepiar.
Chico Science & Nação Zumbi – da lama ao caos. Vou mandar duas, Monólogo ao Pé do Ouvido e Antene-se, pra quem é de curtir, sacudam.



Inté mais.


=> * Jonicael Cedraz – A Sociedade nas Ondas do Rádio

Besitos.


4 comentários:

Gustavo Chaves disse...

Ah, sempre VALE o grito dos excluidos, acho que ao lado do MST é a unica instituição social, verdadeiramente de esquerda neste país, se é que existe esquerda neste país!

o refúgio disse...

Viva o Grito dos Excluídos!
E Menina! vai rolar mesmo CSNZ neste Recanto?! Adoro!!! Nem precisava dizer, né? Também gosto da Nação Zumbi sem Chico, e também do mundo Livre s/a, e tem também...rsrs.
Beijos.

Anônimo disse...

Vais, que "duca" você ter reencontrado o Hudson! Manda um beijo no coração dele por mim. Ele, então, já produziu uma mini-seqüência? rss... Saúde de montão pra ele, beibe e amada.
Na correria, responderei depois ao imeio teu, está?

Jens disse...

Beleza, Vais.
Como disseram teus conterrâneos Milton e Fernando: outros outubros virão, outras manhãs plenas de sol e de luz.
Valeu. Vale. E como!
Um beijo.